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Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel

Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel e perde prioridade na coordenação de satélites no Brasil.

Você já imaginou a empresa de Elon Musk em desvantagem no Brasil? A princípio, pode parecer improvável, mas foi exatamente isso que aconteceu. Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel, segundo uma nova decisão publicada pela agência reguladora brasileira.

Sobretudo, esse rebaixamento na lista de prioridade de coordenação entre sistemas satelitais afeta diretamente os serviços da Starlink em território nacional. Primordialmente, a medida tem implicações técnicas e comerciais que podem limitar a atuação da empresa em um dos mercados mais promissores da América Latina.

Neste artigo, você vai entender o que significa essa disputa por frequências, como funciona a coordenação entre satélites, por que a Starlink foi rebaixada e o que isso muda para usuários, concorrentes e para o futuro da conectividade via satélite no Brasil.

O que é a lista de prioridade da Anatel?

A Anatel organiza os pedidos de exploração de constelações de satélites não-geoestacionários (NGSO) com base em uma lista de prioridade. Primeiramente, essa classificação define quais operadoras têm preferência na ocupação de determinadas faixas de frequência no território brasileiro.

Quando surgem conflitos, quem está melhor posicionado pode operar sem interferência e exigir que outros se adaptem. Dessa forma, garante-se ordem e eficiência no uso do espectro, um recurso limitado e valioso para serviços de internet via satélite.

Nesse sentido, a notícia de que Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel mostra uma mudança importante na dinâmica do setor. Além disso, essa posição pode impactar a competitividade da empresa no Brasil, sobretudo diante de rivais mais bem posicionados.

Como ficou o novo ranking da Anatel?

A nova lista publicada no Diário Oficial em 14 de abril estabelece a seguinte ordem de prioridade:

  1. O3B – Prioridade máxima em 7 subfaixas
  2. Kepler – Prioridade 1 em 2 subfaixas
  3. Kuiper (Amazon) – Prioridades 1 e 2 em várias faixas
  4. OneWeb – Prioridade 2 em 7 subfaixas
  5. Telesat Lightspeed – Prioridades 3 e 4
  6. Starlink – Prioridades 3 a 5, sem liderança em nenhuma faixa

Assim, Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel, o que compromete sua posição estratégica e limita sua capacidade de operação sem interferência.

O motivo está em um novo pedido apresentado pela SpaceX para operar mais 4.500 satélites de nova geração, elevando sua constelação a quase 12 mil unidades no Brasil.

A Anatel entendeu que esse pedido se trata de um novo sistema, desvinculado das autorizações anteriores. Portanto, a agência reposicionou a Starlink no fim da fila, exigindo que ela evite interferir em outras constelações com prioridade superior.

Essa decisão, embora técnica, tem grande peso competitivo. Afinal, operar em baixa prioridade impõe limitações e obrigações que podem reduzir a qualidade e confiabilidade do serviço em determinadas regiões.

A reclassificação traz impactos diretos. A partir de agora, a Starlink:

  • Não pode causar interferências em constelações com prioridade maior;
  • Não tem direito à proteção de seus sinais, caso haja conflitos;
  • Deve adaptar seus sistemas para evitar sobreposições;
  • Está sujeita a novas exigências, como a proteção de satélites geoestacionários.

Com isso, Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel e precisará fazer ajustes técnicos e regulatórios para manter seus serviços estáveis no país.

Satélites geoestacionários: nova camada de proteção

Além da reorganização da lista, a Anatel incluiu novas diretrizes para proteger satélites geoestacionários relevantes para o Brasil. Entre os protegidos estão:

  • Amazonas-3
  • Eutelsat 65WA
  • Star One D2
  • SGDC (satélite militar e civil brasileiro)

A Starlink está proibida de interferir nas frequências de descida (18,8–19,7 GHz) e subida (28,6–29,5 GHz) utilizadas por esses satélites.

Essa obrigação aumenta os cuidados técnicos que a empresa precisa adotar para evitar bloqueios ou sanções.

Quais atos anteriores foram impactados?

Seis atos normativos anteriores foram alterados. Todos eles tratavam da operação e coordenação de espectro por sistemas como:

  • OneWeb
  • Kepler
  • Telesat Lightspeed
  • Kuiper (Amazon)

A nova lista substitui as prioridades estabelecidas antes e redefine as regras do jogo. Com isso, mesmo operadoras que já tinham vantagens precisam seguir as atualizações.

O que está em jogo com o crescimento das constelações?

O mercado de internet via satélite está em plena transformação. Grandes players disputam espaço em órbita baixa para oferecer conectividade global. Isso traz desafios importantes:

  • Evitar colisões em órbita;
  • Gerenciar o espectro de forma eficiente;
  • Reduzir interferências;
  • Garantir a convivência entre sistemas distintos.

Neste ambiente competitivo e técnico, Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel, perdendo uma vantagem relevante no Brasil.

Até o momento, a SpaceX não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da Anatel. Contudo, especialistas do setor acreditam que a empresa buscará alternativas:

  • Negociações diplomáticas para rever a decisão;
  • Adaptações técnicas para mitigar interferências;
  • Eventuais recursos junto à agência reguladora.

A verdade é que a Starlink já tem forte presença no Brasil, com milhares de usuários em regiões remotas. Isso torna a situação ainda mais delicada, pois afeta a qualidade do serviço prestado.

Como isso impacta os usuários?

O principal risco é a possibilidade de perda de qualidade do sinal em áreas onde há conflito de frequências. Isso pode gerar:

  • Redução de velocidade;
  • Instabilidade na conexão;
  • Interrupções em áreas críticas.

Usuários em zonas rurais, indígenas ou florestais podem ser os mais afetados, justamente onde a Starlink tem maior utilidade social.

Contudo, até o momento, não há relatos de degradação nos serviços em operação. A SpaceX continuará operando, mas com mais restrições.

Conclusão

Starlink fica em último na disputa por frequências da Anatel, e isso muda o equilíbrio no setor de internet via satélite no Brasil. A decisão coloca a empresa de Elon Musk em uma posição desafiadora, exigindo ajustes técnicos, negociações e possivelmente mudanças estratégicas.

Essa nova realidade impõe limites à atuação da Starlink e favorece concorrentes como Kuiper, OneWeb e O3B. Ao mesmo tempo, demonstra o rigor da Anatel em garantir equilíbrio no uso do espectro nacional.

Para os consumidores, o impacto imediato pode ser pequeno. Contudo, a longo prazo, será essencial acompanhar como a empresa irá reagir e se adaptar. Afinal, a competição por espaço no céu é tão acirrada quanto no mercado.

Se você usa ou pretende usar a Starlink, continue acompanhando nosso site para entender como essas mudanças afetam sua conectividade. Compartilhe este artigo com quem também depende de internet via satélite e quer ficar por dentro das novidades do setor.

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Rafaela Silva

Especializada em investimentos e sustentabilidade, com ampla experiência em análise de mercado e desenvolvimento de conteúdo sobre práticas financeiras e ambientais responsáveis.

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