A princípio, você sabia que entender o que é a TUSD G pode evitar cobranças inesperadas e garantir economia significativa em projetos de energia solar? Sobretudo após a publicação da Lei 14.300, em 2022, conhecer essa tarifa se tornou essencial para consumidores e integradores do setor solar.
Primordialmente, a TUSD G (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição – Geração) é uma cobrança específica para quem gera energia elétrica e a injeta na rede das distribuidoras. Antes da criação dessa tarifa, produtores solares pagavam tarifas iguais aos consumidores comuns, enfrentando custos maiores e menos vantajosos.
Assim, neste artigo, você entenderá claramente o que é a TUSD G, como ela funciona, quem deve pagá-la, e como se beneficiar das suas vantagens, evitando surpresas desagradáveis em sua conta de luz.
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ToggleO que é a TUSD G na prática?
É uma tarifa aplicada especificamente àqueles que geram energia solar e a disponibilizam à rede pública. Antes de tudo, é preciso destacar que existem dois tipos de tarifas relacionadas ao uso da rede elétrica:
- TUSD C: referente ao consumo de energia elétrica.
- TUSD G: referente à geração e injeção de energia elétrica.
Antes da Lei 14.300, não havia essa diferenciação. Contudo, agora, quem produz energia solar paga uma tarifa significativamente menor quando injeta eletricidade na rede, reduzindo custos fixos consideravelmente.
Como a TUSD G afeta os consumidores do Grupo A?
Sobretudo para consumidores do Grupo A, atendidos em média ou alta tensão (tensão igual ou superior a 2,3 kV), essa tarifa oferece grandes vantagens. Anteriormente, esses consumidores pagavam a tarifa de demanda de carga (TUSD C), mais cara, mesmo ao injetar energia solar na rede.
Com a criação, essa demanda passou a ser separada, com valores reduzidos em até 70%. Por exemplo, se uma empresa tivesse uma demanda contratada de 200 kW e instalasse uma usina solar de 300 kW antes da nova regra, ela pagaria integralmente a tarifa TUSD C para toda a potência contratada.
Todavia, após a mudança, essa mesma empresa paga apenas a TUSD C para sua carga real (200 kW) e a TUSD G para a diferença (100 kW). Como a TUSD G é mais barata, isso gera economia significativa, tornando projetos solares ainda mais atraentes economicamente.
Regras e prazos para aplicação da TUSD G
É essencial compreender que a aplicação não ocorreu simultaneamente para todos. Dessa forma, a data de solicitação do orçamento de conexão determina quando a TUSD G começa a valer.
- Solicitações feitas até 7 de janeiro de 2023: A tarifa TUSD G só passa a ser cobrada após a revisão tarifária seguinte à publicação da Lei 14.300.
- Solicitações após essa data: Aplicação imediata da TUSD G.
Portanto, empreendimentos classificados como GD2 ou GD3, solicitados após janeiro de 2023, já contam com a aplicação imediata da tarifa.
Como funciona para usinas solares remotas?
Uma usina solar remota é aquela que injeta 100% da energia produzida na rede, não tendo consumo local significativo. Nesses casos, a regra é simples: a demanda contratada será igual à potência máxima injetada.
Por exemplo, uma usina com 200 kW terá exatamente 200 kW contratados sob a TUSD G. Assim, evita-se pagar uma demanda de carga mais cara. Contudo, se houver pequenos consumos locais, como câmeras de segurança, pode ser necessário analisar se vale contratar uma demanda mínima de carga ou apenas pagar eventuais ultrapassagens mensais.
E para usinas solares junto à carga?
Nesse cenário, existem duas demandas contratadas: uma para carga (TUSD C) e outra para geração (TUSD G). Contudo, o valor efetivamente cobrado depende diretamente da relação entre essas demandas.
- Demanda de carga igual ou maior que a geração: Só será cobrada a TUSD C.
- Demanda de geração maior que a carga: Cobra-se a TUSD C total da carga, mais o excedente sob a TUSD G.
Portanto, dimensionar corretamente as demandas evita custos desnecessários, garantindo maior eficiência financeira ao projeto.
A TUSD G para consumidores de baixa tensão (Grupo B)
Todavia, nem tudo são boas notícias. Para consumidores do Grupo B, atendidos em baixa tensão, a situação é diferente. Nesses casos, há previsão de cobrança adicional devido ao uso da rede para geração, semelhante ao que ocorre com consumidores em média ou alta tensão.
Contudo, a implementação prática dessa cobrança depende da instalação de medidores inteligentes pelas distribuidoras.
Atualmente, quase nenhuma distribuidora implementou essa cobrança devido aos altos custos de infraestrutura. Porém, essa é uma mudança que certamente chegará, e os consumidores precisam estar preparados.
Vantagens financeiras da TUSD G
Uma das maiores vantagens financeiras é a redução significativa de custos fixos para empreendimentos solares do Grupo A. Imagine uma tarifa de TUSD C a R$20 por kW. Antes, uma usina de 300 kW pagaria R$6.000 mensais em tarifas.
Agora, ao pagar 200 kW na tarifa TUSD C e apenas 100 kW em TUSD G (ex.: R$6/kW), a conta mensal cai para cerca de R$4.600. Essa economia mensal impulsiona ainda mais a adoção da energia solar no país.
Cuidados importantes ao contratar a demanda de geração
Assim como ocorre com demandas de carga, a ultrapassagem na demanda de geração também gera multas. Portanto, é fundamental dimensionar corretamente a potência instalada e a demanda contratada, evitando prejuízos financeiros inesperados para os consumidores.
Conclusão
Ao entender claramente o que é a TUSD G, você percebe que esta tarifa representa uma oportunidade real para redução de custos em projetos solares, especialmente para consumidores do Grupo A. Contudo, consumidores do Grupo B precisam ficar atentos às futuras mudanças que poderão impactar suas contas de energia.
Sobretudo, saber gerenciar corretamente as demandas contratadas, sejam de carga ou geração, será decisivo para garantir economia e evitar multas por ultrapassagens. Dessa maneira, consumidores e integradores solares devem se manter atualizados e bem-informados sobre as regras e mudanças do setor.
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