Você sabia que os custos para instalar energia solar residencial podem subir significativamente em breve? A recente decisão de aumentar os impostos sobre módulos fotovoltaicos, somada à redução de incentivos fiscais na China, deve impactar diretamente os preços no Brasil. Segundo a consultoria Greener, o preço dos kits solares pode encarecer em até 13%, elevando também o tempo de retorno sobre o investimento.
Esse cenário representa um desafio para quem busca alternativas sustentáveis e econômicas na geração de energia. Mas, apesar das adversidades, especialistas apontam que a energia solar continuará desempenhando um papel essencial na diversificação da matriz elétrica brasileira. Entenda como essas mudanças podem afetar o mercado e o que esperar do futuro da energia limpa no país.
Impactos no custo e no retorno do investimento
De acordo com a Greener, o preço dos módulos fotovoltaicos pode subir cerca de 26%, considerando um sistema padrão de 4 kWp. Isso resultará em um aumento de 6,71% no tempo de retorno do investimento (payback), que passaria de 3 para 3,2 anos. Caso os custos de frete internacional permaneçam altos, representando 13,87% do preço FOB, o impacto pode ser ainda maior, com os painéis nacionalizados subindo até 43,42% e os kits fotovoltaicos aumentando em 22%.
Nessas condições, o retorno sobre o investimento pode se estender para 3,34 anos, desestimulando novos consumidores e afetando diretamente a popularização da energia solar no Brasil.
Alterações na alíquota de importação
O Comitê-Executivo de Gestão da Camex elevou, em novembro, o imposto de importação de painéis solares. Embora exista uma cota de US$ 1,01 bilhão isenta de tarifa até junho de 2025, mais da metade desse montante (53%) já foi utilizado até setembro, segundo dados da InfoLink Consulting.
Especialistas, como Tarcísio Neves, CEO da Evolua Energia, avaliam que a decisão contraria os interesses econômicos e ambientais do Brasil. Ele ressalta que a indústria local ainda não é suficientemente desenvolvida para compensar os impactos dessa medida, que pode causar demissões em massa e prejudicar toda a cadeia de produção, distribuição e manutenção.
Redução de incentivos na China
A China, maior produtora global de módulos fotovoltaicos, anunciou em novembro uma redução no desconto fiscal aplicado às exportações de painéis solares. Com essa decisão, válida desde dezembro, o desconto caiu de 13% para 9%. Embora a medida tenha pouco impacto direto nos custos de fabricação, ela deve pressionar os preços globais, especialmente após um ano de declínio causado pela expansão da capacidade produtiva no país.
Conclusão
Essas mudanças regulatórias e fiscais devem elevar os custos de instalação de sistemas de energia solar residencial no Brasil, com impactos diretos no orçamento dos consumidores. No entanto, a energia solar permanece essencial para a diversificação da matriz elétrica brasileira, especialmente diante das crises hídricas.
É crucial que tanto consumidores quanto investidores acompanhem de perto essas mudanças para tomar decisões informadas. Ainda assim, o setor se mantém resiliente e segue sendo uma opção sustentável e economicamente vantajosa a longo prazo.