O consumo de energia elétrica aumentou de forma significativa no Brasil, registrando um crescimento de 5,6% em agosto de 2024, comparado ao mesmo mês de 2023.
Esse aumento, conforme aponta a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi impulsionado principalmente pela indústria, que viu uma alta de 7% em seu consumo.
Outros setores, como o residencial e o comercial, também contribuíram para esse avanço, refletindo um cenário de recuperação econômica e mudanças nos padrões de consumo.
Neste artigo, vamos explorar os principais fatores que levaram ao aumento do consumo de eletricidade, além de analisar o impacto setorial e regional desse crescimento.
Se o consumo de energia elétrica aumentou, é essencial compreender os motivos e as implicações desse aumento para o futuro da energia no país.
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ToggleO Crescimento do Consumo na Indústria
Em agosto de 2024, o setor industrial foi o grande destaque no consumo de energia elétrica. O setor consumiu 17.253 GWh, o maior número da série histórica pelo segundo mês consecutivo.
Houve um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi registrado em praticamente todas as regiões do país. As regiões que mais se destacaram foram o Nordeste, com um aumento de 9,3%, e o Centro-Oeste, com 9,1%.
Entre os setores industriais mais eletrointensivos, os grandes responsáveis pela elevação no consumo foram a metalurgia e a fabricação de papel e celulose. A metalurgia registrou um avanço de 6,6%, enquanto a fabricação de papel e celulose subiu 17,2%.
A metalurgia, impulsionada pela produção de alumínio e siderurgia, liderou a expansão. Enquanto isso, o setor de papel e celulose foi favorecido pela entrada de novas unidades de produção e pela redução na geração interna de energia, devido à manutenção de instalações.
Juntos, esses setores responderam por mais da metade do aumento total no consumo industrial, mostrando a força da recuperação e da demanda desses segmentos no Brasil.
Impacto das Enchentes no Rio Grande do Sul
Um fator que também contribuiu para o aumento no consumo de energia elétrica em agosto de 2024 foi a recuperação das áreas afetadas pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul.
As fortes chuvas que atingiram a região em maio impactaram mais de 200 mil unidades consumidoras.
Com a retomada do fornecimento de energia e a normalização das condições, o consumo de eletricidade no estado cresceu impressionantes 11,6% em relação a agosto de 2023.
Esse crescimento é explicado não apenas pela retomada das atividades em áreas alagadas. Também se deve à contabilização do consumo acumulado que não havia sido faturado nos meses de maio, junho e julho.
Esse evento ressalta a importância de monitorar e prever os impactos climáticos no consumo de energia, uma vez que eventos climáticos extremos tendem a influenciar diretamente a demanda por eletricidade.
O Papel da Energia Renovável no Suprimento Elétrico
Apesar do aumento no consumo de eletricidade, o Brasil continua avançando em sua matriz energética renovável.
Segundo dados recentes, 90,4% da demanda por eletricidade no país em agosto de 2024 foi atendida por fontes de energia renovável, o que inclui hidrelétricas, energia eólica, solar e biomassa.
Esse resultado reforça o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono.
No entanto, o aumento do consumo de energia elétrica exigirá investimentos contínuos em infraestrutura e tecnologia para garantir que as fontes renováveis continuem a crescer e a atender à demanda crescente.
À medida que o consumo de energia elétrica aumenta, torna-se crucial assegurar que o país mantenha sua liderança na geração de energia limpa. Isso é especialmente importante diante das metas de redução de emissões de carbono e de neutralidade climática.
Crescimento no Mercado Livre de Energia
O mercado livre de energia, conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL), também experimentou, antes de mais nada, um aumento expressivo no consumo de eletricidade em agosto de 2024.
Esse segmento, que permite aos grandes consumidores escolherem seus fornecedores de energia, registrou um crescimento de 12,3%, atingindo 20.399 GWh no mês.
O ACL agora representa 44,5% do consumo total de eletricidade no Brasil, com um aumento de 39,9% no número de consumidores migrando para esse modelo desde já, em comparação com agosto de 2023.
Além disso, essa tendência reflete as novas regras que permitem que mais consumidores optem pelo mercado livre. Isso está impulsionando uma maior competição entre fornecedores de energia, resultando em potencial economia para as empresas.
O Nordeste foi a região com o maior crescimento no mercado livre, com uma expansão de 15,9%, sobretudo reforçando sua importância como um polo de energia renovável no país.
Em síntese, o mercado livre de energia continua a crescer, ao passo que oferece mais oportunidades de economia para grandes consumidores, beneficiando diversas regiões.
Finalmente, esse crescimento tende a se manter forte, dado o aumento de concorrência e as novas possibilidades de adesão.
O Crescimento do Mercado Regulado
Apesar disso, o mercado regulado, que inclui as distribuidoras de energia, também registrou um aumento no consumo em agosto de 2024, mesmo com a migração de muitos consumidores para o mercado livre.
Primeiramente, o consumo nesse ambiente foi de 25.456 GWh, representando 55,5% do consumo nacional total, com um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior.
A região Sul do Brasil, por exemplo, se destacou com a maior expansão no consumo de eletricidade nesse mercado, registrando uma alta de 5,3%.
Logo depois, esse crescimento modesto no mercado regulado reflete a manutenção da demanda por eletricidade em setores que ainda dependem das distribuidoras. Assim, mostra que, mesmo com a crescente adesão ao mercado livre, o mercado regulado ainda desempenha um papel crucial na oferta de energia no Brasil.
Conclusão
O consumo de energia elétrica aumentou 5,6% em agosto de 2024, refletindo o crescimento contínuo da demanda no Brasil. Esse aumento foi especialmente impulsionado pela indústria e pela retomada das atividades em regiões afetadas por desastres climáticos, como o Rio Grande do Sul.
Além disso, tanto o mercado livre de energia quanto o mercado regulado mostraram crescimento. Isso indica uma expansão constante do consumo em diferentes setores e regiões do país.
À medida que o consumo de energia elétrica aumenta, será essencial que o Brasil continue investindo em sua matriz energética renovável. Isso será crucial para atender à demanda e garantir um futuro mais sustentável.