Os investimentos em hidrogênio de baixa emissão dobraram nos últimos 12 meses, sinalizando um crescimento expressivo no desenvolvimento dessa fonte de energia limpa.
Esse aumento significativo reflete o interesse crescente dos investidores em apoiar projetos de hidrogênio que contribuem para a transição energética global.
De acordo com a Revisão Global de Hidrogênio 2024, da Agência Internacional de Energia (AIE), a capacidade global de eletrolisadores que alcançou decisões finais de investimento (FIDs) atingiu 20 GW, com 6,5 GW desse total sendo atingidos apenas no último ano.
A China, com sua forte presença no mercado, foi responsável por mais de 40% dessa nova capacidade, reforçando sua liderança na produção de hidrogênio de baixa emissão.
Neste artigo, vamos explorar o impacto desse crescimento, as tendências regionais e as principais oportunidades para o setor.
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ToggleCrescimento da Capacidade Global de Eletrolisadores
Os eletrolisadores são fundamentais para a produção de hidrogênio de baixa emissão, e a capacidade global desses equipamentos tem crescido a passos largos.
Nos últimos 12 meses, a capacidade de eletrolisadores que atingiu FIDs chegou a 20 GW, sendo que 6,5 GW desse valor foram adicionados somente no último ano.
A China, uma das principais líderes no setor, respondeu por mais de 40% dessa nova capacidade, consolidando sua posição como o maior fabricante de eletrolisadores do mundo.
O país possui uma capacidade de produção de 25 GW por ano, um número que excede em muito a média global de implantação de eletrolisadores.
Esse crescimento demonstra que os investimentos em hidrogênio de baixa emissão estão se expandindo rapidamente, com o objetivo de impulsionar uma transição energética sustentável.
Avanços na Europa e Índia
A Europa, antes de mais nada, também registrou um avanço significativo no setor de hidrogênio de baixa emissão.
Os FIDs para projetos de eletrólise na região quadruplicaram, alcançando mais de 2 GW no último ano. Além disso, esse crescimento expressivo reflete o compromisso europeu em promover tecnologias limpas, especialmente em meio à sua agenda climática agressiva.
Na Índia, um único projeto de eletrólise com capacidade de 1,3 GW atingiu a decisão final de investimento, em primeiro lugar, marcando um passo importante para o país.
A Índia, com seu grande potencial de energia renovável, está bem posicionada para se tornar um ator importante no desenvolvimento de hidrogênio de baixa emissão nos próximos anos. Nesse ínterim, cada região está mostrando sua relevância nesse mercado.
Esses avanços mostram que o interesse por tecnologias de hidrogênio está se espalhando por diferentes regiões, cada uma juntamente com o crescimento de outras energias limpas, sobretudo contribuindo para o crescimento do setor em escala global.
A Importância de Criar Demanda para o Hidrogênio
Apesar do forte crescimento dos investimentos em hidrogênio de baixa emissão, a criação de demanda continua sendo um desafio.
O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, destacou que, para que os projetos de hidrogênio sejam bem-sucedidos, é fundamental garantir que haja compradores suficientes.
Birol ressaltou a importância de políticas claras que incentivem a demanda, além de medidas que reduzam os custos e facilitem os investimentos no setor.
Ferramentas como contratos de carbono por diferença e cotas de combustível sustentável para aviação e transporte já estão contribuindo para impulsionar a demanda, mas ainda são necessárias ações mais amplas. A lacuna entre as metas de produção e de demanda é considerável.
Enquanto as metas de produção global para 2030 estimam até 43 milhões de toneladas de hidrogênio por ano, as metas de demanda somam apenas 11 milhões de toneladas, o que indica a necessidade de um esforço maior para equilibrar essa diferença.
O Papel das Políticas Públicas no Impulso ao Hidrogênio
As políticas públicas têm um papel crucial no desenvolvimento do mercado de hidrogênio de baixa emissão.
Governos em todo o mundo estão estabelecendo metas ambiciosas de produção, mas é igualmente importante que essas metas sejam acompanhadas de políticas que incentivem o consumo.
Medidas como subsídios, incentivos fiscais e regulamentações favoráveis ao hidrogênio podem ajudar a reduzir o custo de produção e aumentar a competitividade dessa fonte de energia em relação a combustíveis fósseis.
Além disso, a criação de demanda garantida por meio de contratos de longo prazo é fundamental para atrair investidores e garantir o sucesso dos projetos.
A introdução de cotas de combustível sustentável para setores como aviação e transporte também pode desempenhar um papel importante na ampliação da demanda por hidrogênio.
Desafios para Alcançar as Metas Climáticas
Embora os investimentos em hidrogênio de baixa emissão estejam em forte expansão, o progresso atual ainda é insuficiente para atingir as metas climáticas globais.
A AIE alertou que, apesar do crescimento nos projetos de hidrogênio, é necessário acelerar o ritmo de desenvolvimento para que essa tecnologia contribua de maneira mais significativa para a redução das emissões de carbono.
O relatório aponta que, além do aumento da capacidade de produção, a infraestrutura de transporte e armazenamento de hidrogênio também precisa ser ampliada.
Sem esses avanços, será difícil integrar o hidrogênio de forma eficaz nas cadeias de valor energéticas globais.
A longo prazo, é crucial que o hidrogênio de baixa emissão desempenhe um papel central na transição energética, ajudando a substituir os combustíveis fósseis em setores difíceis de descarbonizar, como a indústria pesada e o transporte de longa distância.
Conclusão
Os investimentos em hidrogênio de baixa emissão dobraram nos últimos 12 meses, refletindo um interesse crescente na produção e uso dessa fonte de energia sustentável.
Embora os avanços tenham sido significativos, ainda há desafios a serem superados. Especialmente em relação à criação de demanda e à construção da infraestrutura necessária para o uso do hidrogênio em escala global.
As políticas públicas e a colaboração entre governos e empresas desempenharão um papel crucial. Isso garantirá que o hidrogênio se torne uma peça-chave na transição energética global.
À medida que o setor continua a crescer, será essencial promover o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e expandir os mercados. Assim, o hidrogênio de baixa emissão poderá alcançar seu pleno potencial.