As vendas de carros elétricos no Brasil atingiram um recorde em novembro, com um total de 17.413 emplacamentos, de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse volume inclui diferentes tipos de veículos eletrificados leves, como os híbridos com recarga externa (PHEV), híbridos convencionais (HEV e MHEV) e 100% elétricos (BEV). Este é um marco significativo para o setor de eletrificação no país.
Esse desempenho representa um aumento de 7% em relação ao mês anterior e, quando comparado ao mesmo período de 2023, o crescimento foi de 62%. Foi o maior volume já registrado na série histórica da ABVE, superando os 16.033 emplacamentos de outubro e os 16.279 de dezembro do ano passado.
O volume acumulado de janeiro a novembro chegou a 155.724 unidades, consolidando a previsão de que as vendas de carros elétricos no Brasil ultrapassem 160 mil unidades em 2024, podendo atingir até 170 mil, o que representaria um crescimento de 80% em relação a 2023.
Crescimento expressivo e liderança dos plug-ins
Conforme a pesquisa da ABVE, os veículos plug-in, como modelos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV), dominaram o mercado de eletrificados. Eles representaram 72% das vendas de carros elétricos no Brasil. Em novembro, ocorreu algo interessante. As vendas de micro-híbridos (MHEV) cresceram significativamente, atingindo 11,2% do mercado. Esse número superou os híbridos HEV flex, que registraram 9,1% das vendas.
Ricardo Bastos, presidente da ABVE, destacou que o crescimento das vendas de eletrificados reflete o crescente interesse dos consumidores por veículos mais sustentáveis. Contudo, ele alertou para a necessidade de uma avaliação mais criteriosa de alguns modelos recentemente introduzidos no mercado. “Alguns micro-híbridos têm um grau muito baixo de eletrificação e não possuem trção elétrica, o que nos faz questionar se eles contribuem efetivamente para a descarbonização do transporte no Brasil”, afirmou Bastos.
Particularidades do mercado brasileiro
A eletrificação no Brasil possui algumas particularidades únicas em relação a outras regiões do mundo. Por exemplo, os híbridos flex, que utilizam gasolina e etanol combinados com um motor elétrico de 48V, são exclusivos do mercado brasileiro. Esses modelos têm desempenhado um papel importante no aumento das vendas de carros elétricos no Brasil.
Outro exemplo são os micro-híbridos flex, lançados em outubro, que também utilizam gasolina e etanol, com um motor de 12V. Esses veículos representam uma adaptação dos modelos a combustão para uma versão com maior eficiência energética, embora com menor grau de eletrificação do que os modelos plug-in.
Limitações e o futuro da eletrificação
Apesar do crescimento nas vendas de carros elétricos no Brasil, Bastos apontou que nem todos os modelos eletrificados oferecem uma verdadeira experiência de condução elétrica. “Alguns desses veículos não proporcionam reduções significativas nas emissões de poluentes em relação aos modelos a combustão tradicionais. Precisamos garantir que os veículos vendidos como eletrificados realmente contribuam para a sustentabilidade”, destacou.
O crescimento dos micro-híbridos indica uma demanda por veículos mais eficientes. No entanto, isso levanta dúvidas sobre a contribuição real desses modelos para a redução de emissões. O futuro dos carros elétricos no Brasil dependerá de vários fatores. Avanços tecnológicos, políticas públicas de incentivo à eletrificação e maior conscientização dos consumidores serão essenciais. A transição para veículos sustentáveis será impulsionada por essa combinação.
Conclusão
O recorde de vendas de carros elétricos no Brasil em novembro é um marco importante para o setor, mostrando que os consumidores estão cada vez mais interessados em alternativas sustentáveis. Contudo, é essencial garantir que os veículos comercializados realmente contribuam para a redução das emissões de gases poluentes e promovam uma verdadeira transição energética.
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