O serviço de internet via satélite da Starlink continua a conquistar espaço no Brasil, registrando mais clientes Starlink no Brasil do que qualquer outra operadora no segmento.
Segundo o último levantamento da Anatel, divulgado em novembro de 2024, a companhia liderada por Elon Musk alcançou 313.713 acessos em todo o território nacional, representando quase 60% dos assinantes de banda larga via satélite no país.
Minas Gerais desponta com o maior número de acessos, totalizando 38.466. Em seguida, aparecem o Pará (36.321), São Paulo (35.322) e Amazonas (31.996). Esses números refletem o crescimento rápido da empresa no Brasil desde sua chegada em maio de 2022.
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ToggleRegião Norte lidera em proporção de acessos
Quando analisada a proporção de clientes Starlink em relação à população, Roraima lidera com 1.160 acessos para cada 100 mil habitantes. A princípio, outros destaques incluem o Acre, com 802 acessos por 100 mil moradores, e o Amazonas, que registra 812 acessos por 100 mil habitantes.
Essa concentração reflete as dificuldades de infraestrutura na região Norte, onde, além disso, a expansão de tecnologias como fibra óptica é limitada devido à geografia e à presença de comunidades isoladas.
Por outro lado, apesar do maior número absoluto de acessos, estados como Minas Gerais e São Paulo apresentam proporções significativamente menores, com 187 e 80 acessos por 100 mil habitantes, respectivamente. Em síntese, esses dados evidenciam as disparidades regionais na conectividade por meio da Starlink.
Impacto no mercado de banda larga via satélite
A ascensão da Starlink também impactou diretamente suas concorrentes. Em 2022, a HughesNet detinha 63% do market share, com 208 mil assinantes. Dois anos depois, essa fatia foi reduzida para 31%, com apenas 172 mil clientes. A ViaSat, outra competidora relevante, também registrou uma perda significativa de clientes no período.
Enquanto isso, a Telefónica Global Solutions, que atua no segmento corporativo através da Vivo, conseguiu manter sua participação de mercado em 0,3%, aumentando o número de acessos modestamente.
Projeções para o futuro
O crescimento da Starlink reforça, antes de mais nada, a demanda por soluções de conectividade em regiões remotas do Brasil. Além disso, a combinação de acessibilidade e qualidade do serviço possibilita que a empresa se consolide como uma alternativa viável para quem vive em locais onde outras tecnologias de banda larga ainda não chegam.
Essa tendência deve se intensificar nos próximos anos, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, onde o acesso à internet é primordialmente um fator crucial para a inclusão digital e o desenvolvimento econômico.
Tabela com a lista:
Pos. | UF | Acessos da Starlink | População | Antenas da Starlinkpor 100 mil hab. |
---|---|---|---|---|
1º | Minas Gerais | 38.466 | 20,5 milhões | 187 |
2º | Pará | 36.321 | 8,1 milhões | 448 |
3º | São Paulo | 35.322 | 44,4 milhões | 80 |
4º | Amazonas | 31.996 | 3,9 milhões | 812 |
5º | Mato Grosso | 28.119 | 3,6 milhões | 769 |
6º | Goiás | 20.094 | 7 milhões | 285 |
7º | Paraná | 13.932 | 11,4 milhões | 122 |
8º | Mato Grosso do Sul | 13.297 | 2,7 milhões | 482 |
9º | Rio de Janeiro | 12.715 | 16 milhões | 80 |
10º | Rio Grande do Sul | 11.861 | 10,8 milhões | 109 |
11º | Tocantins | 8.780 | 1,5 milhões | 581 |
12º | Santa Catarina | 8.435 | 7,6 milhões | 111 |
13º | Bahia | 8.154 | 14,1 milhões | 58 |
14º | Roraima | 7.380 | 636 mil | 1.160 |
15º | Acre | 6.655 | 830 mil | 802 |
16º | Espírito Santo | 5.908 | 3,8 milhões | 154 |
17º | Maranhão | 5.021 | 6,7 milhões | 74 |
18º | Rondônia | 4.763 | 1,5 milhões | 301 |
19º | Amapá | 4.538 | 733 mil | 619 |
20º | Pernambuco | 2.779 | 9 milhões | 31 |
21º | Distrito Federal | 2.434 | 2,8 milhões | 86 |
22º | Ceará | 1.849 | 8,7 milhões | 22 |
23º | Piauí | 1.642 | 3,2 milhões | 50 |
24º | Rio Grande do Norte | 904 | 3,3 milhões | 27 |
25º | Alagoas | 824 | 3,1 milhões | 26 |
26º | Paraíba | 773 | 3,9 milhões | 19 |
27º | Sergipe | 579 | 2,2 milhões | 26 |
– | Brasil | 313.713 | 203 milhões | 154 |
Dados de banda larga fixa no Brasil (Anatel) referentes a novembro de 2023; dados de acessos da Conexis e Telebrasil, divulgados em 2022, e dados IBGE em janeiro de 2023.