Taxa de exportação de painéis chineses subirá 4%

Taxa de exportação de painéis chineses subirá 4%, afetando o custo dos módulos fotovoltaicos. Entenda os impactos para o mercado solar.

A taxa de desconto para impostos sobre a exportação de painéis chineses subirá 4% após uma alteração no benefício fiscal oferecido aos exportadores do país. Essa mudança na política de exportação da China deve provocar um aumento de preços no valor FOB (Free On Board) dos equipamentos, afetando diretamente o custo dos módulos fotovoltaicos. A decisão foi tomada pelo Ministério das Finanças e pela Administração Estatal de Tributação da China, com vigência prevista para iniciar em 1º de dezembro de 2024.

A medida inclui baterias de íon de lítio e células fotovoltaicas, tanto as que estão em componentes montados como as que não estão. Essa mudança ocorre em um momento em que o governo brasileiro também elevou o imposto de importação de módulos fotovoltaicos, criando um cenário de aumento significativo nos custos de importação. Com as novas taxas dos dois países, o impacto nos custos para módulos fotovoltaicos poderá chegar a um aumento de pelo menos 29%.

Impactos no mercado de energia solar

A decisão de aumentar a taxa de exportação de painéis chineses em 4% ocorre em meio à crescente demanda global por energia solar. A China é o principal fornecedor de módulos fotovoltaicos no mundo. Por isso, o aumento no custo de exportação afeta diretamente mercados dependentes dessa importação, como o Brasil.

O governo brasileiro também ampliou o imposto de importação de módulos, de 9,6% para 25%. Esse aumento gera um impacto duplo nos custos finais. A medida traz desafios para o setor solar. Os players do mercado precisam lidar com reajustes nos preços, o que afeta toda a cadeia de distribuição e instalação de sistemas fotovoltaicos.

Reações do mercado

Felipe Santos, Diretor Regional Latam da DAH Solar, destacou que a elevação da taxa de exportação de painéis chineses subindo 4% exige um trabalho proativo junto aos clientes para minimizar impactos. Segundo ele, todos os pedidos com embarque previsto a partir de dezembro sofrerão reajustes nos preços.

Ainda assim, Santos frisou a importância de manter a tranquilidade no mercado. Ele citou as lições aprendidas com a implementação da Lei 14.300, indicando que não é o momento de gerar pânico entre consumidores. Embora os custos aumentem, o payback dos sistemas fotovoltaicos continua atrativo, mantendo-se vantajoso para o consumidor final que busca sustentabilidade e economia.

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Mudanças na política de restituição de impostos na China

A política de restituição de impostos de exportação na China visa incentivar as exportações e aumentar a competitividade dos produtos chineses no mercado internacional. Com a redução no desconto de imposto, o benefício fiscal dado aos exportadores será reduzido, resultando em custos mais altos para a aquisição de módulos e baterias.

Essa mudança pode parecer negativa à primeira vista. No entanto, é uma estratégia comum na economia chinesa. O país ajusta as taxas de acordo com as necessidades comerciais e econômicas do momento. Mesmo com o aumento de 4% na taxa de exportação de painéis, espera-se que a China mantenha seu papel crucial no fornecimento de módulos para mercados globais.

Perspectivas para o setor solar

O mercado de energia solar enfrenta um período de desafios impostos por mudanças nas políticas tributárias, tanto na China quanto no Brasil. Com o aumento da taxa de exportação de painéis chineses subindo 4%, a tendência é que as empresas revisem seus custos e busquem novas estratégias para manter a competitividade.

Entretanto, a demanda por fontes de energia renováveis continua em alta, principalmente em função da transição energética e da busca por soluções sustentáveis. Assim, é possível que o mercado encontre formas de se adaptar à nova realidade, seja por meio de negociações de preços, seja pela exploração de outras fontes de fornecimento.

Conclusão

A decisão do governo chinês de aumentar a taxa de exportação de painéis solares em 4% traz um impacto direto para o mercado de energia solar, principalmente em países que dependem da importação desses produtos. Combinado com o aumento da tarifa de importação no Brasil, esse cenário gera desafios para empresas e consumidores.

Apesar disso, a atratividade do mercado solar se mantém, e as empresas já estão se mobilizando para mitigar os efeitos desses aumentos. Resta saber como o setor se adaptará para continuar crescendo e contribuindo para a transição energética no Brasil e no mundo

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Rafaela Silva

Especializada em investimentos e sustentabilidade, com ampla experiência em análise de mercado e desenvolvimento de conteúdo sobre práticas financeiras e ambientais responsáveis.

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