A previsão de importação de painéis solares para 2024 é de 22 GW, estabelecendo um recorde no Brasil. Segundo a consultoria Greener, em outubro, o volume já havia superado 2023, com 18 GW de equipamentos nacionalizados. Esse aumento reflete a recuperação do mercado de geração distribuída (GD). O crescimento foi impulsionado pela queda nos preços dos módulos no primeiro semestre e pelo acesso facilitado a financiamentos bancários.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios. A elevação de impostos sobre módulos e questões técnicas, como a inversão de fluxo, são obstáculos. Esses problemas reforçam a necessidade de ajustes regulatórios para atender à crescente demanda por energia solar no Brasil.
Geração distribuída ganha força em 2024
A geração distribuída foi um dos destaques do ano, registrando um aumento de 1,6 GW na capacidade instalada, totalizando 8,7 GW. O modelo de autoconsumo remoto se consolidou como uma alternativa viável para consumidores que desejam aproveitar os benefícios da energia solar sem a necessidade de instalação direta. Segmentos como varejo e serviços lideraram essa adesão, enquanto gestoras especializadas ampliaram o alcance do compartilhamento de créditos energéticos.
Esse crescimento evidencia o impacto positivo das condições econômicas, especialmente os financiamentos bancários, que contribuíram para facilitar o acesso à tecnologia. Contudo, desafios regulatórios, como a análise de orçamentos de conexão, ainda limitam o pleno potencial do setor.
Geração centralizada e os desafios enfrentados
A geração solar centralizada adicionou 6 GW à matriz energética do país em 2024, alcançando quase 17 GW. No entanto, o setor enfrentou dificuldades como a volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) e o aumento nos custos de importação, que impactaram a rentabilidade de contratos bilaterais (PPAs).
Por outro lado, iniciativas como os leilões de transmissão e a Medida Provisória nº 1.212, que estendeu benefícios tarifários, trouxeram avanços significativos. Esses fatores, aliados à crescente demanda de grandes consumidores industriais e data centers, devem impulsionar o segmento em 2025.
Expectativas para 2025
A projeção de que as importações de painéis solares deve alcançar 22 GW em 2024 prepara o terreno para um mercado ainda mais dinâmico no próximo ano. A adoção de tecnologias híbridas, que combinam energia solar e eólica, é uma tendência que promete otimizar a infraestrutura de transmissão.
Além disso, o avanço nas discussões sobre armazenamento de energia em baterias, incentivado pelo Leilão de Reserva de Capacidade, pode representar um marco importante para a estabilidade da rede elétrica. Especialistas também esperam que a demanda crescente por autoprodução no mercado livre continue a expandir as oportunidades no setor.
Conclusão
O ano de 2024 foi, antes de mais nada, marcado por avanços significativos no mercado solar brasileiro, com a projeção de 22 GW de importações de painéis solares destacando a força do setor. Apesar disso, desafios como aumentos de impostos e limitações regulatórias exigem estratégias mais resilientes para manter o ritmo de crescimento.
Para 2025, a expectativa é de maior diversificação tecnológica e expansão de novos modelos de geração, sobretudo no fortalecimento da posição do Brasil como líder global em energia solar. Nesse sentido, este é o momento de empresas, investidores e consumidores se prepararem para aproveitar as oportunidades de um mercado em constante transformação. Por fim, essa transição representa um passo crucial para o futuro energético do país.
