Como dimensionar energia solar para o Grupo A?

Saiba como dimensionar energia solar para o Grupo A e entenda as melhores práticas para otimizar seu sistema e economizar energia.

O dimensionamento de um sistema de energia solar para consumidores do Grupo A pode ser um verdadeiro desafio, especialmente devido às diversas variáveis envolvidas, como demanda contratada, consumo de ponta e fora de ponta, entre outros. Se você já se perguntou como dimensionar energia solar para o Grupo A, não está sozinho. Esta é uma dúvida frequente de muitas pessoas, principalmente aquelas que lidam com grandes indústrias, academias ou supermercados.

A ideia aqui é apresentar, passo a passo, como você pode fazer esse dimensionamento de maneira descomplicada. Primeiro, é fundamental entender que atendemos os consumidores do Grupo A em tensão média ou alta, ou seja, igual ou superior a 2,3 kV.

Isso significa que estamos falando de instalações que demandam uma potência significativa, normalmente acima de 75 kW. Vamos analisar cada ponto essencial para que você entenda como dimensionar energia solar para o Grupo A de forma eficiente e prática.

Como Começar o Dimensionamento?

Antes de tudo, a primeira coisa que precisamos é ter em mãos a conta de energia do cliente. É nela que encontramos as principais informações necessárias para o dimensionamento do sistema fotovoltaico. Devemos buscar dados como a modalidade tarifária, tarifas na ponta e fora de ponta, demanda contratada, consumo médio na ponta e fora de ponta. Esses elementos serão a base para o cálculo e nos ajudarão a ajustar o sistema às necessidades do cliente.

No Grupo A, existem duas modalidades tarifárias: Verde e Azul. Na modalidade Verde, temos apenas uma única demanda contratada, enquanto na modalidade Azul são contratadas duas demandas, uma para o horário de ponta e outra para fora de ponta.

É essencial compreender essa diferença para ajustar corretamente a energia solar para o Grupo A. No nosso exemplo, vamos considerar que a conta de energia é da modalidade Verde, o que facilita o processo.

Tarifas e Demanda Contratada

Depois de identificar a modalidade tarifária, o próximo passo é analisar as tarifas e as demandas contratadas. No Grupo A, a tarifa é composta pela soma da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) e da TE (Tarifa de Energia). Essas tarifas são diferentes para os horários de ponta e fora de ponta, e, portanto, é essencial entender esses valores para calcular o fator de ajuste.

A demanda contratada é outro fator importante. Caso o consumo ultrapasse o valor contratado, será cobrada uma demanda adicional, conhecida como demanda de ultrapassagem, que geralmente é bem mais cara. Por exemplo, se um consumidor tem uma demanda contratada de 40 kW, mas consome 63 kW, ele pagará por essa ultrapassagem, o que impacta significativamente os custos.

Cálculo do Fator de Ajuste

O fator de ajuste é necessário para ajustar a energia gerada fora de ponta ao consumo na ponta. No Grupo A, a tarifa de ponta costuma ser mais alta, pois representa os horários em que a demanda por energia é maior.

A energia solar gerada durante o dia é, normalmente, utilizada fora de ponta. Para compensar essa energia na ponta, é necessário gerar mais fora de ponta, e é aqui que entra o fator de ajuste.

Para calcular o fator de ajuste, basta dividir a tarifa de fora de ponta pela tarifa de ponta. Com isso, sabemos quantos kWh serão necessários para compensar o consumo de ponta. Esse fator é fundamental para ajustar o sistema fotovoltaico e garantir que ele atenda às necessidades do cliente, mesmo durante os horários de maior consumo.

Cálculo da Potência do Sistema Fotovoltaico

Com o fator de ajuste em mãos, podemos partir para o cálculo da potência necessária do sistema fotovoltaico. Para isso, utilizamos a fórmula que leva em conta o consumo médio mensal, a irradiação do local, a eficiência do sistema e o número de dias do mês.

Calculamos o consumo médio mensal somando o consumo fora de ponta ao consumo ajustado na ponta. A irradiação funciona como a “potência” do sol, variando conforme a região, e você pode consultá-la em bancos de dados específicos, como o CRESESB.

É importante lembrar que o sistema fotovoltaico também sofre perdas inerentes, como sujeira, desvio de ângulo e perdas em cabos. Essas perdas reduzem a eficiência do sistema, que normalmente gira em torno de 75%. Dessa forma, a potência do sistema deve ser dimensionada para atender a essa demanda considerando todas as variáveis.

Limitação do Sistema pela Demanda Contratada

Um ponto crucial no dimensionamento de energia solar para o Grupo A é a limitação do sistema pela demanda contratada. O inversor do sistema não pode ter uma potência maior do que a demanda contratada sem uma autorização especial ou um aumento da demanda.

Se o cliente não quiser aumentar a sua demanda contratada, limitamos o sistema fotovoltaico ao valor atual da demanda. Caso contrário, ele pode contratar uma “demanda de geração”, que é mais barata e exclusiva para a energia gerada.

Conclusão

Dimensionar energia solar para o Grupo A pode ser uma tarefa complexa, mas ao seguir os passos corretos, é possível desenvolver um sistema eficiente que atenda às necessidades do cliente e ainda promova economia.

Desde a análise da fatura de energia até o cálculo do fator de ajuste e da potência do sistema, é essencial compreender todas as variáveis para garantir o sucesso do projeto. A adoção da energia solar traz benefícios ambientais e econômicos, e, com o devido planejamento, pode ser uma solução viável para consumidores do Grupo A.

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Rafaela Silva

Especializada em investimentos e sustentabilidade, com ampla experiência em análise de mercado e desenvolvimento de conteúdo sobre práticas financeiras e ambientais responsáveis.

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