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Brasil supera 210 GW na matriz elétrica nacional

Brasil supera 210 GW na matriz elétrica com expansão renovável e diversificada. Veja o que impulsionou esse marco histórico.

Você sabia que a matriz elétrica brasileira acaba de atingir um novo marco histórico? A princípio, pode parecer apenas mais um número técnico. Contudo, quando o Brasil supera 210 GW de capacidade instalada, estamos falando de uma transformação concreta na infraestrutura energética do país.

Sobretudo, essa conquista revela mais que crescimento. Ela mostra um avanço estratégico rumo a uma matriz mais diversificada, descentralizada e sustentável. Com mais de 24 mil usinas em operação comercial, o Brasil consolida seu protagonismo no uso de fontes renováveis, como hidráulica, eólica e solar.

Primordialmente, entender como esse crescimento foi construído e quais fontes impulsionaram a marca dos 210 GW é essencial para quem acompanha o setor. Neste artigo, você verá a composição atual da matriz, os destaques regionais, as previsões futuras e os desafios que ainda precisam ser superados.

Como está distribuída a matriz elétrica nacional?

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mais da metade da matriz é composta por fontes hidráulicas. As usinas hidrelétricas respondem por 103,2 GW (48,76%), seguidas por pequenas centrais hidrelétricas (5,89 GW) e centrais geradoras hidrelétricas (874 MW).

Além disso, as usinas termelétricas ocupam a segunda maior fatia com 47,07 GW, representando 22,82% da matriz. Logo atrás, estão as eólicas com 33,74 GW (15,91%) e as solares fotovoltaicas com 17,67 GW (8,37%).

As usinas nucleares, por sua vez, somam 1,99 GW, ou 0,94% da capacidade total. Portanto, a marca de 210 GW reflete uma matriz relativamente equilibrada, com predominância de fontes limpas e renováveis.

É importante lembrar que esses números se referem apenas à geração centralizada. A geração distribuída, com seus milhares de sistemas solares instalados em telhados e fachadas, ainda não entra nessa contabilidade.

O papel da geração distribuída no avanço da capacidade

Embora não esteja incluída nos dados oficiais da Aneel, a geração distribuída é um dos pilares do crescimento energético nacional. Segundo a Absolar, o Brasil deve adicionar 8,5 GW de geração distribuída só em 2025.

Isso significa que, na prática, a capacidade total do país pode ultrapassar com folga os 220 GW em breve. O avanço da geração local, feita por residências, comércios e pequenas indústrias, é um reflexo direto do desejo por autonomia energética e economia na conta de luz.

Além disso, esse modelo descentralizado reduz a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura de transmissão, o que alivia o sistema nacional.

Expansão acelerada em 2024

Somente entre janeiro e abril de 2024, o Brasil adicionou 1.916 MW à sua capacidade instalada. No mês de abril, entraram em operação seis usinas eólicas na Bahia, uma termelétrica a biomassa em Goiás e uma pequena central hidrelétrica em Santa Catarina.

Esses novos projetos somaram 141 MW no mês, confirmando que o ritmo de crescimento continua ativo. Portanto, a expansão da matriz tem sido consistente, mês após mês, graças a projetos diversos espalhados por várias regiões.

Estados que mais contribuíram em 2024

Nos quatro primeiros meses de 2024, o estado do Mato Grosso do Sul liderou a expansão com 437 MW adicionados. Em segundo lugar, a Bahia somou 428 MW, confirmando seu protagonismo em energia eólica.

Goiás também teve destaque com a entrada da UTE Codora, uma usina a biomassa que adicionou 50 MW ao sistema. Esses dados mostram que o avanço está descentralizado, atingindo todas as regiões do país.

Além disso, essa diversidade regional fortalece a segurança energética nacional, reduzindo a dependência de grandes centros geradores.

Perspectivas para 2025

A Aneel estima que, em 2025, o país vai ampliar sua matriz elétrica em 9,95 GW. Se confirmado, esse número ficará próximo dos recordes de 2023 (10,31 GW) e 2024 (10,79 GW).

Essa projeção é reforçada pelos planos da Absolar, que prevê a adição de 4,6 GW em usinas solares centralizadas no mesmo período.

Todavia, o setor solar deve enfrentar um ano desafiador. Um estudo da Greener prevê uma retração no ritmo de novos projetos devido a dois fatores: os preços de energia em patamar muito baixo e o agravamento do curtailment — restrição na entrega da energia gerada.

Portanto, mesmo com projeções otimistas, há gargalos regulatórios e operacionais que podem limitar a expansão.

A importância da energia solar no novo cenário

Ainda que enfrente desafios, a energia solar vem ganhando espaço ano após ano. Com 17,67 GW em operação, já representa 8,37% da matriz centralizada.

Além disso, é a fonte que mais cresce em termos percentuais, especialmente no segmento distribuído. O Brasil está entre os cinco países que mais instalam sistemas solares no mundo.

Com incentivos fiscais e maior conscientização da população, a tendência é que o setor solar continue sendo um dos principais vetores do crescimento energético.

Energia eólica: um gigante em expansão constante

Com 33,74 GW instalados, a energia eólica já responde por quase 16% da matriz nacional. A Bahia, o Rio Grande do Norte e o Ceará lideram em número de usinas e potência instalada.

Sobretudo, essa fonte tem apresentado alta regularidade na produção, superando inclusive previsões em alguns períodos. Além disso, novas tecnologias têm permitido maior aproveitamento do vento, mesmo em regiões antes consideradas marginais.

Com isso, a energia eólica deve seguir como uma das principais apostas do setor elétrico nos próximos anos.

Biomassa e fontes complementares ganham espaço

A presença de usinas a biomassa, como a Codora, mostra que fontes alternativas também contribuem para a diversificação energética. A biomassa tem a vantagem de ser despachável, o que a torna ideal para equilibrar o sistema.

A matriz do Brasil também conta com pequenas participações de fontes como gás natural, carvão e até energia oceânica em testes iniciais.

Essas tecnologias complementares são fundamentais para manter a estabilidade da rede, especialmente em momentos de baixa geração solar e eólica.

Impactos econômicos e ambientais

Quando o Brasil supera 210 GW de capacidade instalada, o impacto vai além da técnica. Isso movimenta bilhões em investimentos, gera empregos e reduz a necessidade de importar energia.

Ambientalmente, o Brasil mantém uma das matrizes mais limpas do planeta. Mais de 80% da capacidade instalada provêm de fontes renováveis — um índice invejável diante dos padrões globais.

Esse avanço também contribui para a meta brasileira de redução de emissões e coloca o país em posição de destaque nos fóruns internacionais sobre energia e clima.

Os desafios da nova matriz

Apesar dos números positivos, o setor ainda enfrenta desafios importantes:

  • Atrasos em obras de transmissão
  • Curtailment crescente em usinas solares e eólicas
  • Burocracia para licenciamento de novos projetos
  • Necessidade de modernizar a gestão do sistema elétrico

Além disso, a diversificação da matriz exige soluções mais sofisticadas para armazenamento e previsão de geração. Sem isso, parte da energia gerada pode continuar sendo desperdiçada.

Conclusão

Quando o Brasil supera 210 GW de potência instalada em sua matriz elétrica, não se trata apenas de um número impressionante. É a confirmação de que o país caminha em direção a um sistema mais limpo, confiável e preparado para o futuro.

Esse marco reflete o trabalho de milhares de empresas, profissionais e órgãos reguladores que, juntos, têm conseguido expandir a oferta de energia com foco na sustentabilidade.

Além disso, mostra que o Brasil tem potencial para ir além, consolidando sua liderança global em energia limpa.

Se você deseja acompanhar as mudanças no setor elétrico e entender como elas impactam sua vida, continue navegando pelo nosso portal. Compartilhe este artigo com quem também se interessa por energia e sustentabilidade.

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Rafaela

Especializada em investimentos e sustentabilidade, com ampla experiência em análise de mercado e desenvolvimento de conteúdo sobre práticas financeiras e ambientais responsáveis.

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