ANEEL mantém bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro.
Resumo do Conteúdo: A ANEEL mantém a bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro, custando R$ 4,463 por 100 kWh. A decisão se deve às chuvas abaixo da média, que reduziram os reservatórios das hidrelétricas, forçando o acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras. A intermitência da energia solar também contribui para a necessidade das termelétricas nos horários de pico.
Pelo segundo mês consecutivo, o consumidor brasileiro enfrentará um custo extra na conta de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou nesta sexta-feira (31/10) que a ANEEL mantém bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro. A princípio, essa decisão reflete as condições hidrológicas ainda desfavoráveis para a geração de energia no país, impactando diretamente o orçamento doméstico.
Sobretudo, a manutenção da bandeira vermelha, mesmo no patamar 1 (inferior ao 2, visto em agosto e setembro), sinaliza que o início do período chuvoso ainda não foi suficiente para recuperar os reservatórios das usinas hidrelétricas. O Brasil continua dependente de fontes de geração mais caras e poluentes para garantir o fornecimento de energia, mesmo com o forte crescimento da energia solar.
Portanto, é primordial entender o que essa bandeira significa, por que ela está sendo aplicada novamente e quais os reais motivos para o acionamento das termelétricas. Este artigo analisa a decisão da agência e o que esperar da sua conta de luz no próximo mês.
Por que a ANEEL mantém bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro?
A decisão de manter a bandeira vermelha 1 está diretamente ligada às condições climáticas e ao nível dos reservatórios das hidrelétricas, que são a base da matriz elétrica brasileira. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou em nota que o volume de chuvas em outubro ficou abaixo da média esperada para esta época do ano na maioria das bacias hidrográficas importantes.
Consequentemente, os níveis dos reservatórios não apresentaram a recuperação necessária para o início do período úmido. Como a capacidade de geração hídrica, a mais barata do sistema, está reduzida, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) precisa acionar outras fontes para garantir o fornecimento.
A principal alternativa para cobrir essa lacuna são as usinas termelétricas (movidas a gás, carvão ou diesel). Essas usinas, embora essenciais para a segurança do sistema, possuem um custo de geração muito mais elevado. A bandeira tarifária é o mecanismo que repassa esse custo extra de forma transparente para o consumidor.
O Custo Real da Bandeira Vermelha no Bolso do Consumidor
O sistema de bandeiras tarifárias, que entrou em vigor em 2015, a ANEEL criou exatamente para sinalizar ao consumidor os custos reais da geração de energia. Quando a ANEEL mantém bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro, ela informa que a geração da energia está mais cara.
Isso significa que a conta de luz de todos os consumidores do mercado cativo (residencial, comercial, rural) terá um custo adicional de R$ 4,463 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) que consumirem. Este valor é superior à bandeira amarela (R$ 1,885 / 100 kWh), que vigorou em maio, mas inferior à temida bandeira vermelha patamar 2 (R$ 7,877 / 100 kWh), que a ANEEL aplicou nos meses mais críticos de agosto e setembro de 2025.
A bandeira verde, que não possui custo adicional, vigorou pela última vez entre dezembro e abril, um período que refletiu condições favoráveis de chuva. Vale ressaltar que consumidores que possuem sistemas de energia solar off-grid, por serem totalmente desconectados da rede, são imunes a essas tarifas.
O Papel da Energia Solar e a Necessidade das Termelétricas
Uma dúvida comum é: com o crescimento recorde da energia solar no Brasil, por que ainda precisamos acionar termelétricas caras? A própria ANEEL, na nota divulgada sobre a bandeira de novembro, abordou este ponto.
A agência destacou que, embora a geração solar seja fundamental e ajude muito a suprir a demanda durante o dia, ela é intermitente. Ou seja, ela não fornece energia de forma contínua, especialmente no período noturno.
É justamente no início da noite que ocorre o pico de consumo residencial (quando as pessoas chegam em casa, ligam luzes, chuveiros e TVs), coincidindo exatamente com o momento em que a geração solar fotovoltaica é zero. Para atender a essa demanda de pico, sem sobrecarregar as hidrelétricas que precisam poupar água, o acionamento das termelétricas continua sendo essencial para a segurança do sistema.
O Histórico das Bandeiras em 2025
O ano de 2025 tem sido desafiador para o consumidor, refletindo a volatilidade climática.
- Dezembro a Abril: Período de tranquilidade com Bandeira Verde, graças a um período chuvoso favorável.
- Maio: Com o início da estação seca, o sinal amarelo acendeu e a Bandeira Amarela foi aplicada.
- Agosto e Setembro: Meses mais críticos do período seco, exigindo o acionamento máximo das termelétricas, resultando na Bandeira Vermelha Patamar 2.
- Outubro e Novembro: Uma leve melhora, mas ainda com necessidade de suporte térmico, levou à Bandeira Vermelha Patamar 1.
A expectativa é que, com a consolidação do período chuvoso em dezembro e janeiro, os reservatórios possam se recuperar e o país retorne à bandeira verde.
Conclusão
A ANEEL decidiu manter a bandeira tarifária vermelha patamar 1 para novembro. Essa decisão é um reflexo direto da escassez de chuvas. Além disso, ela também reflete a recuperação ainda lenta dos reservatórios das hidrelétricas. Haverá um custo adicional de R$ 4,463 por 100 kWh. Consequentemente, o consumidor sentirá esse custo na próxima fatura. Esse é o repasse necessário para cobrir os gastos com o acionamento de usinas termelétricas. Afinal, essas usinas são essenciais para garantir o fornecimento.
O cenário reforça a complexidade da matriz energética brasileira. De fato, o crescimento da energia solar é vital para aliviar a demanda durante o dia. Contudo, ela é intermitente, especialmente no pico noturno. Essa intermitência ainda não elimina a necessidade de fontes despacháveis. As termelétricas são um exemplo dessas fontes, usadas para garantir a segurança do sistema.
A expectativa dos consumidores é que o regime de chuvas se intensifique nos próximos meses. Assim, isso permitiria o retorno à bandeira verde. Até lá, a manutenção da bandeira vermelha 1 serve como um lembrete. Precisamos de soluções de longo prazo. O investimento em armazenamento de energia (baterias) é um exemplo. Baterias são usadas em sistemas de energia solar off-grid. Em suma, essas soluções podem garantir a segurança energética do país sem penalizar o orçamento da população.
Qual a sua opinião sobre o sistema de bandeiras? Acredita que a energia solar pode, um dia, eliminar a necessidade de termelétricas? Compartilhe sua visão nos comentários!
