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Absolar quer manter leilão de baterias no Brasil

Absolar quer manter leilão de baterias no Brasil para acelerar a transição energética e modernizar o setor elétrico com soluções inovadoras.

O Brasil está diante de uma oportunidade decisiva para modernizar seu sistema elétrico. A princípio, a discussão gira em torno do cancelamento do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), mas há uma proposta estratégica ganhando força: a Absolar quer manter leilão de baterias.

Sobretudo, o armazenamento de energia representa um salto tecnológico necessário para garantir segurança energética, reduzir desperdícios e viabilizar o crescimento das fontes renováveis. Primordialmente, a inclusão de baterias nos leilões sinaliza uma virada de chave para o setor, aproximando o Brasil das práticas adotadas pelas maiores potências energéticas do mundo.

Neste artigo, vamos explicar por que a Absolar defende a manutenção desse leilão, como a tecnologia de armazenamento impacta o setor elétrico e quais os desdobramentos políticos e técnicos dessa decisão. Você entenderá os benefícios, os desafios e o que o país pode ganhar ao investir em baterias como solução estratégica de longo prazo.

Por que a Absolar quer manter o leilão de baterias?

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) argumenta que o Brasil já possui tecnologia e maturidade suficientes para iniciar um leilão voltado exclusivamente para baterias. De acordo com a entidade, a Absolar quer manter leilão de baterias porque vê nessa medida um marco importante para acelerar a transição energética nacional.

Além disso, mesmo com o cancelamento do leilão anterior — que envolvia hidrelétricas e termelétricas —, a associação acredita que o segmento de armazenamento não deve ser adiado. Segundo a Absolar, os sistemas de baterias já estão prontos para atender a demanda de curto prazo do setor, sobretudo com o avanço das energias renováveis no Brasil.

Armazenamento: um pilar estratégico na transição energética

O armazenamento de energia, por meio de baterias de grande porte, cumpre uma função essencial no setor elétrico moderno. Ele permite guardar o excesso de geração em momentos de baixa demanda e utilizá-lo quando necessário. Isso garante maior estabilidade na rede e otimiza o uso de fontes intermitentes, como solar e eólica.

Países como China, Estados Unidos e Alemanha já utilizam o armazenamento em larga escala. Dessa forma, é natural que o Brasil também avance nessa direção. A manutenção do leilão representaria um passo concreto para modernizar a matriz energética, melhorar a resposta do sistema em situações críticas e atrair investimentos em tecnologias de ponta.

Benefícios do leilão de baterias para o Brasil

A seguir, listamos os principais benefícios caso a Absolar consiga manter o leilão de baterias previsto para 2025:

  • Segurança energética: As baterias reduzem a dependência de fontes fósseis e estabilizam a oferta de energia.
  • Flexibilidade sistêmica: Com armazenamento, o sistema pode responder de forma rápida a variações de demanda.
  • Redução de custos operacionais: Evita o acionamento de usinas termelétricas caras em horários de pico.
  • Integração de renováveis: Permite o uso mais eficiente de fontes limpas, como solar e eólica.
  • Atração de investimentos: Incentiva a instalação de novas fábricas, centros de pesquisa e startups de tecnologia energética.

Portanto, o leilão não é apenas uma medida pontual. Trata-se de uma peça-chave para transformar o modelo energético brasileiro.

Oportunidade estratégica em ano de COP30

Além dos aspectos técnicos, a Absolar destaca que 2025 será um ano simbólico: o Brasil sediará a COP30, principal conferência mundial sobre mudanças climáticas. Nesse contexto, manter o leilão de baterias seria uma sinalização política forte, demonstrando que o país está comprometido com metas de descarbonização.

Ademais, a iniciativa colocaria o Brasil na vitrine internacional como um exemplo de país emergente que aposta em inovação e sustentabilidade. Em tempos de transição ecológica global, essa imagem pode atrair financiamentos internacionais e consolidar uma nova fase para o setor elétrico nacional.

Cancelamento do LRCAP e disputa judicial

No início de abril, o Ministério de Minas e Energia (MME) cancelou o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) de 2025. O motivo foi a judicialização do processo, que envolvia disputa entre diferentes agentes do setor.

Com isso, as portarias normativas que estabeleciam as regras do certame foram revogadas. Contudo, o MME prometeu abrir nova consulta pública para definir uma nova sistemática, inclusive com critérios para garantir menores custos ao consumidor.

Apesar da indefinição, a Absolar insiste que o segmento de armazenamento não deve ficar paralisado. A entidade defende que o leilão de baterias ocorra de forma independente, com regras próprias e urgência adequada à importância estratégica do tema.

Armazenamento já está maduro no Brasil?

Segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, sim. Ele afirma que a tecnologia de baterias está suficientemente madura para avançar, com soluções já testadas e adaptadas ao contexto brasileiro.

Além disso, a demanda por sistemas de armazenamento vem crescendo, tanto por parte de grandes consumidores quanto de distribuidoras e operadores do sistema. Dessa maneira, o mercado já está se preparando para incorporar essa tecnologia de forma estrutural.

Possíveis obstáculos à realização do leilão

Apesar da confiança da Absolar, alguns desafios podem dificultar a concretização do leilão:

  • Falta de regulamentação específica: Ainda não há regras claras para remuneração do armazenamento.
  • Resistência de setores tradicionais: Parte do setor elétrico ainda prioriza modelos baseados em termelétricas.
  • Custo inicial elevado: Embora em queda, baterias ainda exigem investimentos iniciais significativos.
  • Complexidade operacional: A integração com o Sistema Interligado Nacional (SIN) demanda ajustes técnicos e logísticos.

Todavia, esses obstáculos podem ser superados com uma política pública bem planejada, incentivos adequados e articulação entre governo, setor privado e agências reguladoras.

Caminhos para o Brasil consolidar o uso de baterias

Para que o país avance no uso de armazenamento de energia, algumas medidas são urgentes:

  1. Criar uma regulação clara e estável para projetos de baterias no setor elétrico.
  2. Estabelecer fontes de financiamento específicas para projetos de armazenamento.
  3. Incentivar pesquisa e desenvolvimento de tecnologias nacionais.
  4. Incluir baterias em futuras políticas energéticas, como o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE).

A adoção dessas medidas ajudará a consolidar um mercado competitivo, sustentável e tecnologicamente atualizado.

Conclusão

Em resumo, a proposta da Absolar é muito mais do que uma defesa técnica: é uma visão de futuro. Ao afirmar que a Absolar quer manter leilão de baterias, a entidade sinaliza um novo capítulo na história energética brasileira.

Manter o leilão pode posicionar o Brasil entre os líderes globais na transição energética. Além de garantir maior estabilidade, segurança e eficiência ao sistema, essa medida abre espaço para inovação, empregos verdes e novos modelos de negócios.

Embora haja desafios, eles não devem ser justificativa para a inércia. O momento pede coragem, visão estratégica e compromisso com o futuro. O leilão de baterias pode ser o início de uma nova era para a energia no Brasil — e não podemos perder essa chance.

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Rafaela Silva

Especializada em investimentos e sustentabilidade, com ampla experiência em análise de mercado e desenvolvimento de conteúdo sobre práticas financeiras e ambientais responsáveis.

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